Uma conquista virtual.
Era para ser uma ronda rotineira. Russ e seu parceiro investigariam a lanchonete e Laurel Wilkins, o mais recente alvo de Trevor Dean, cujo esquema consistia em conhecer mulheres pela internet para depois aplicar um golpe, arrancando-lhes o dinheiro e tudo o mais que possuíssem.
Bem, pelo menos ela estava disposta a se oferecer como isca. Tudo que Russ tinha a fazer era mantê-la em segurança e não tocar nela. Qualquer, além disso, seria contra as regras. E também muito, muito tentador... Russ entrou na lanchonete para poder observar melhor.
Laurel era tão linda que por um momento ele se esqueceu de como se pedia um café.
Ela sabia seu nome _ Russ Evans _ E o abraçou como se fossem mais do que amigos.
O que estava acontecendo, afinal?!
_ Ele não vai aparecer.
Russ e seu companheiro, o detetive Jerry Anders, tinham sua atenção voltada para a cafeteria e para a mulher que estava sentada lá, sozinha.
_ Vamos espera só mais dez minutos.
Jerry não protestou, porém Russ sentiu que ele havia ficado agitado, os sapatos esmagando a neve acumulada no chão. Na verdade, ambos estavam com frio. Diabos, frio era um eufemismo _ ele já não sentia mais as mãos, e os pés estavam dormentes.
Os ventos de janeiro entravam furtivamente sob sua jaqueta de náilon, e os dedos estavam rijos em volta do binóculo que utilizava para observar a porta de entrada da cafeteria.
O desconforto fazia parte do trabalho, e ele não pretendia aposentar o distintivo tão cedo. Na verdade, adorava fazer parte do grupo de Operações Especiais. Tinha satisfação em observar, aguardar e analisar, congelado ou não, porque no final das contas, nada se comparava à sensação de algemar um bandido.
_ Não acredito que ele tenha marcado e não tenha aparecido.
Pensativo, Russ examinou o estacionamento deserto que ficava ao lado. Nada. Seu alvo, o vigarista e malandro de primeira classe, Trevor Dean. Ele não estava em lugar algum, e isso não fazia sentido.
Dean não tinha como saber que a policia estaria de tocaia, mas não era típico dele deixar passar a chance de conhecer uma mulher.
Mulheres era sua fonte de renda.
_ Ela não faz o tipo dele, não é? Russ olhou novamente para a moça sentada com um copo de café nas mãos e um cachecol cor-de-rosa em volta do pescoço. Tinha o rosto escondido atrás dos óculos, do vapor do café e dos cabelos dourados.
Sentiu um frio na espinha. Algo ali não se encaixava.
_ Você quer dizer que ela não é feia? _ Jerry soprou as mãos para tentar aquecê-las.
Russ soltou uma gargalhada.
_ Não. Veja você mesmo. _ Passou o binóculo ao colega.
_ As mulheres de Dean não são feias, são apenas... simples.
_ Simples e feias talvez. _ Jerry observou a loira através das lentes. _ Essa não é nada mal. Cabelo bonito, blusa justa, gosto disso.
_ Que bom que você está gostando. _ Russ agitou as pernas para que o sangue circulasse melhor.
_ Seja como for, estou mais aquecido.....
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