6 de jan. de 2014



   Nãooooo!
   Um sussurro apavorado, mas que devia ter sido alto bastante para ser ouvido, porque um pequeno rosto confiante virou-se na direção de Belinda.
   _ Mamãe?
   Mas não houve tempo suficiente para fazer nada além de agarrar a filha pequena, Gemma, com mais firmeza nos braços e se posicionar contra o assento da frente, do jeito que eles lhe diziam para fazer em caso de emergência num ônibus ou avião. Belinda registrou o horror no rosto da melhor amiga, Lizzy, que estava sentada ao lado com o irmão gêmeo de Gemma no colo.
   _ Prepare-se _ ordenou Belinda sucintamente.
   Enquanto Belinda abaixava a cabeça e inclinava o corpo de lado, a fim de proteger a filhinha de três anos o melhor que podia, teve um vislumbre do rosto pálido do motorista lutando para controlar o ônibus enorme. Alguém atrás dela gritou no momento em que o ônibus começou a se inclinar sobre o penhasco.
   Belinda, na verdade, tinha assistido a este pesadelo chegando.
   Vira quando outro carro vinha na direção deles na estrada estreita e montanhosa da Itália, sentindo os pneus do ônibus agarrarem o solo fofo do acostamento, enquanto o motorista abria mais espaço para o carro passar. Teria a chuva pesada do dia anterior, quando viajavam de Roma rumo ao norte, afetando a estabilidade superfície da estrada? Ou o grau de ônibus, cheio de turistas, estava simplesmente pesado demais? Não que o motivo importasse, o ônibus estava prestes a cair da lateral do penhasco.
   _ Segure firme, querida! 
   _ Mamãeeeeee!
   _ Está tudo bem.
   A frase para tranquilizar a filha foi automática...
  Você não podia estar envolvida na área de emergência hospitalares, como Belinda Smith estava sem desenvolver uma habilidade de tentar passar conforto para os outros, independentemente do medo que sentisse.
  Sim, o ônibus estava se inclinando na encosta de uma montanha, perigosamente perto de cair, mas eles não podiam estar prestes a morrer.
   Não agora, com certeza.
   Não quando a decisão de fazer aquela viagem tinha sido tão difícil.
  Uma viagem cujo único levar objetivo era levar os filhos preciosos para visitar o País que representava metade da herança deles. Chegar tão longe apenas para perdê-los?
   Não! Isso não ia acontecer - não podia acontecer!
  O som dos gritos, de metal chiando e de malas caindo pareceu aumentar de maneira progressiva, mas provavelmente só durou segundos. Até que deu lugar a um silêncio assustador....
   _ Lizzy? pode me ouvir? Você está bem?
   _ Eu... acho que sim. Meu tornozelo dói um pouco, nada mais.
   _ Stef? Você está bem, querido?
   _ Eu estou...

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