" Rios divididos mais uma vez se encontram no oceano."
Muitas vezes tenho a impressão de estar no meio de um oceano, cercada por todos os lados de água, águas que não mudam de posição, pois nada de extraordinário acontece. Águas paradas sem movimento, sem tempestade, sem vento porque tudo se torna igual, não há inspiração vindo de dentro para transcrever, não há observação, nem conhecimento suficiente para registrar nas águas paradas o que a vida oferece a todos.
No momento as águas procuram uma forma de ultrapassar suas barreiras, quanto mais espaço ela tem mais territórios quer conquistar. E aqui "parada" de certa forma não há como avançar e conhecer outras águas, que estão por ai, talvez como eu sem oportunidade de buscar outros oceanos para ampliar seu conhecimento.
A importância de compartilhar, misturar-se e saber a opinião de outras águas se estão de acordo com as suas ou se acontece algo fora do comum que necessita ser comparado a sua vastidão de água, que muitas vezes parecem estar tão reduzida, tão pequena e tão insignificante perante tanta água.
A solidão é muitas vezes imensa e não há ninguém para agitar o grande deserto que se torna o oceano. Fico imaginando como seria cada deslizar das águas, como cada uma vai se portar diante da sede de conhecimento e do movimento que cada uma precisa para se deslocar de um lugar a outro. A busca contínua. E a água está ansiosa para a arrebentação, que acontecerá quando esta invadir todos os espaços que até então lhe foi proibido por diversos motivos, então sua libertação lhe será de descobrimento, de vivência, de alegria em estar invadindo tudo e a todos para saber das novidades que lhe foi tirada durante tanto tempo. A água se tornará viva novamente e apta para jorrar em todos os sentidos: do mais simples ao mais profundo, entrando e avançando oceano adentro a procura do que foi perdido e que será achado em breve.
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