15 de ago. de 2013


          Hastings, Inglaterra 14 de outubro de 1.066.
      _ Continue com este discurso e você se tornará viúva antes mesmo de se casar_ ameaçou Giles Fitzhenry, guerreiro de William, o conquistador.
     
O sangue escorreu do corte que havia em sua testa e pingou no ombro da senhora, mas ele não a largou. Levaria apenas alguns segundos para enganá-la, e ele jurou a si mesmo que o faria se ela pronunciasse os votos.
     Giles se virou para a pequena multidão silenciosa na capela e deixou que eles vissem o punhal que apontava para as costelas da mulher, mostrando que a feriria se alguém interferisse.
     Sua vítima se moveu junto com ele, segurando-lhe a mão como se pudesse detê-lo. Lady Fayth de Taerford deveria ter pensado nas consequências de seus atos antes que ele chegasse.
       Antes que o exército dele e seus homens morressem em batalha pelo castelo... e pela sua posse.
      Giles acenou para Roger, que colocou a espada no pescoço do companheiro da senhora nesse crime, enquanto aguardava uma resposta.
       _ O castelo e as terras agora são minhas, assim como você.
       Dependendo do que disser, a morte do seu companheiro pode ser lenta ou rápida. _ Giles observava a troca de olhares entre ela e o homem a poucos metros de distância.
      Ele sentiu seeu corpo ceder antes de pronunciar palavras de rendição.
     Fazendo um esforço para ignorar as curvas femininas que tinha sob os braços dele, soltou um pouco a mão e abaixou o punhal para lhe dar a chance de escolher.
      _ Vai escolhê-lo como marido em vez de mim? _ ele perguntou em voz alta.
     _ Não sussurrou ela, no silêncio que reinava na capela. Com a sua rendição, os homens dele cercaram os convidados e os obrigaram a sair da capela.
      Sem soltá-la, ele fez sinal para o auxiliar e depois para o homem que ela escolheu como marido.
     _ mate-o _ O padre
 protestou em voz alta, mas os homens ignoravam o velho senhor e se prepararam para cumprir as ordens de Giles. Foi a voz baixa de Fayth que o deteve.
    _ Meu Lorde _ disse baixinho, tentando fitá-lo nos olhos. Mas o movimento provocou novo sangramento que sujou ainda mais sua roupa.
    Só quando ele aliviou a mão foi que ela pôde falar mais alto. _ Eu lhe imploro, meu senhor. Ele não tem culpa. Tenha piedade.
     _ Ela inclinou a cabeça para trás, oferecendo-se em sacrifício.
    Mais tarde, ele entenderia que foi a vontade de pôr um fim ao derremamento de sangue que o fez ceder.
   Ele se convenceria de que nunca pensara em matar o homem enganado por sua noiva para atrapalhar seu direito a ela e às terras.

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