5 de mar. de 2013


    Entrei pela porta, sentei e observei por alguns minutos, sem nenhum interesse a não ser no que fui buscar naquele lugar. De repente uma luzinha se acendeu dentro do meu eu e passei a observar aquela criatura que estava andando para cá e para lá, tudo que fazia  dava a impressão de algo mecânico, se movia e falava mas não era capaz de ver ninguém daquele lugar; se estava irritada com alguma coisa não sei, talvez sim, pois ao me entregar o que pedi ela deixa o telefone cair e ela soltou duas palavras muito feias para um ambiente onde as pessoas vão procurar alívio para suas enfermidades. - Quase lhe perguntei se estava passando bem? Mas me calei com o impacto das palavras, sei que não eram para mim. 
    Acredito que o dia dela não estava sendo fácil, mas quando isso acontece não é certo descarregarmos no trabalho, sai e conta até dez, respira fundo e procura terminar o dia da melhor forma possível.
    Sai de lá pensando como uma pessoa tão jovem, bonita e com um trabalho de atendimento ao público, público esse que precisa do seu sorriso o tempo todo para se sentir melhor num lugar onde ninguém gostaria de estar principalmente naquele momento.
    Fiquei me perguntando se ela estava vendo todas aquelas pessoas de verdade? Pois suas partes estavam se enfretando umas com as outras impossibilitando que enxergasse quem quer que fosse. Foram poucos minutos observando-a naquele combate tão terrível que se mostrou aos meus olhos. Certas manifestações não podem vir a tona em voz alta para outras pessoas ouvirem e verem o estado de espírito, mesmo em conflito deve ser medido e ponderado diante de algumas situações, ainda mais de um setor médico, onde pessoas querem receber carinho, amor compreensão para suas enfermidades.
    Espero encontrá-la em paz com suas partes da próxima vez ...

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